Quem nunca pensou nisso quando o bebê ainda estava na barriga? A natação é uma das atividades físicas que está sempre associada ao desenvolvimento infantil, além de trazer segurança aos pais. Afinal, ao longo da vida, a gente quer que nossos pequeninos se divirtam na praia e na piscina, e sem qualquer perigo. Mas será que a natação realmente ajuda os bebês a se desenvolverem?
Além de ser extremamente benéfica para o sistema respiratório humano, já que fortalece a musculatura do tórax e aumenta a capacidade pulmonar, a natação é um importante estímulo motor, cognitivo e sensorial. “No início das nossas vidas, esse tipo de atividade física serve não só para desenvolver a musculatura, mas é uma forma de nos ajudar a perceber o mundo e as pessoas ao redor”, explica Rossana Pugliese, doutora em psicologia social, mestre em motricidade humana e professora de Educação Física.
Nadar faz com que o bebê entenda que ele é um ser independente, uma outra pessoa, e não apenas uma continuação de sua progenitora. “A partir da natação, percebemos sons, aromas, cores e paladar”, conta Rossana. A água é uma experiência complementar à terrestre e, juntas, elas são poderosas para o desenvolvimento infantil.
Não existe um consenso sobre qual é o momento ideal para matricular um bebê na natação: há especialistas que defendem a atividade depois dos 3 primeiros meses de vida, outros que apontam que é melhor deixá-la para depois dos 6 meses, por conta das vacinas, e ainda existem os que acreditam que é depois dos 2 anos, porque a criança assimilará melhor a
aprendizagem.
Para Rossana Pugliese, antes dos 6 meses de vida o bebê ainda possui resquícios filogenéticos do tempo em que estava na barriga, em contato com a água e a placenta quando era apenas um feto, o que pode fazê-lo aproveitar a experiência ainda muito pequenino. Mas esses resquícios só permanecem até os 6 meses, garante a professora. Se você optar por matricular seu filho depois dessa fase, uma boa dica é transformar o banho em algo sempre divertido para que ele se acostume com a água. Brinque e cante para ele durante esse momento.
Outra dica é estar sempre presente nas aulinhas de natação enquanto ele ainda for um bebê, para que ele se sinta confortável e seguro ao entrar na água. Isso também fortalece conexões familiares. “Esse vínculo parental é essencial para o desenvolvimento infantil. Se os pais possuem uma dedicação natural e demonstram afeto, a atividade física será ainda mais
proveitosa”, ressalta Rossana. Além disso, é importante respeitar a resposta do bebê e da criança à atividade. Se eles não curtirem as aulas, não force para evitar traumas. Pode ser que, dali a um tempinho, eles se
acostumem com a ideia de virarem peixinhos!
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