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O que os bebês entendem quando os seus pais cantam para eles


Mesmo que você não seja um cantor muito afinado ou que nem goste muito de cantar, é provável que já tenha criado uma musiquinha boba para se comunicar com um bebê (ou com um pet). Pesquisas apontam que o ato de cantar para crianças pequenas cria uma forma de comunicação que é transcultural, ou seja, existe em todo o mundo e oferece padrões para que os bebês compreendam cada situação.



Cientistas de diversas universidades se uniram para analisar 1615 gravações de voz de 410 pais de 6 continentes e avaliar se havia semelhanças na forma como eles se comunicavam com seus bebês. Os resultados, publicados na revista Nature Human Behavior, mostram que em todas as culturas analisadas os adultos se comunicam com crianças de forma diferente daquela usada para falar com adultos.


Mas o mais interessante é que essa forma de comunicação voltada apenas para os pequenos era muito semelhante entre todas as culturas, por isso recebeu até um nome: parentese, que é uma derivação da palavra parent em inglês, que significa pais.


Segundo Courtney Hilton, psicóloga da Universidade de Yale e principal autora do estudo, nós falamos num tom mais alto, com mais repetições e variações de entonação com os bebês. E esse padrão de canto e fala com os pequenos é idêntico em todos os lugares.


Vantagens do canto


Um estudo publicado na revista Child Development aponta que bebês exibem maior sinal de alerta, felicidade ou calma quando as mães cantam para eles ao invés de falar normalmente. Outro estudo indicou que não é só o canto da mãe que chama mais atenção dos bebês, pais que cantam para seus filhos também conseguem criar maior interação com eles.


Do lado oposto, o ato de cantar também ajuda os pais a se sentirem mais competentes. Pesquisadores da Universidade Paris Ouest Nanterre La Défense, descobriram que mães que cantaram para seus filhos enquanto eles estavam internados na UTI neonatal tiveram melhora nos sintomas de depressão pós-parto e aumento da autoestima. Além disso, segundo a pesquisadora Elise Piazza, da Universidade de Rochester, cantar cria um ciclo de feedback onde o prazer que o bebê expressa ao ouvir os pais cantando, motiva os pais a cantarem ainda mais e aumenta sua confiança no desempenho da paternidade e maternidade.


É como se a música criasse um mundo a parte habitado apenas pelos pais e seu bebê. Um estudo publicado no Journal of Cognitive Neuroscience aponta que a música cria um ponto de encontro entre pais e filhos, no qual eles estão tão sincronizados emocionalmente que até mesmo seus batimentos cardíacos se igualam.


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