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Crianças desobedientes: o que fazer?


Conseguir que as crianças simplesmente façam o que lhes é pedido é, para muitos, complicado. A psicóloga espanhola Maribel Martínez investigou e estudou esta temática e expõe algumas das conclusões a que chegou, através do livro “Cuántas veces te lo tengo que decir?” (tr: Quantas vezes tenho que e dizer?)



Um dos problemas que Martínez aponta como a maior responsabilidade destes conflitos diários familiares tem que ver com o facto dos pais se terem “profissionalizado.”


Atualmente, as pessoas antes de terem o primeiro filho “frequentam cursos sobre gravidez, parto, pós-parto e parentalidade, ou lêem livros sobre pedagogia, alimentação infantil e estimulação precoce, entre muitos outros temas. A informação e a formação são muito boas, mas o problema surge quando essas informações são contraditórias e os pais chegam a um ponto em que não sabem o que fazer e duvidam de qual é a fórmula correcta, perdendo o seu próprio critério ou mesmo o seu bom senso. Isto implica, em muitos casos, uma falta de confiança em si próprios enquanto pais. Esta falta de confiança é captada pelos filhos, o que lhes causa muita insegurança e acabam também por sofrer com situações comuns como o facto de os pais não estarem de acordo e cada um aplicar critérios diferentes ou um fazer de ‘polícia bom’ e o outro de ‘polícia mau’.” Além disso, a busca pela perfeição e a auto-exigência cria uma enorme ansiedade, que acaba por passar para as crianças.


Nesse sentido, ganhar o respeito das crianças pode ser a solução. Segundo a psicóloga:

o respeito tem de ser conquistado. E os pais têm de ensinar este conceito aos filhos, não na teoria, mas no dia a dia. Mostrando-lhes claramente quais os comportamentos, gestos ou palavras que significam falta de respeito. Por isso, se vemos que a criança está zangada e nos insulta, e pensamos que ela é pequena e que ‘são coisas de criança’, temos de nos colocar ao seu nível, olhar a criança nos olhos, e dizer muito solenemente ‘eu sou a tua mãe, fala comigo com delicadeza, não me podes chamar tolo, e agora pede desculpa por o teres dito’, a criança deve desculpar-se com um ‘desculpa-me’ e então a ação é reparada. Não é preciso mais nada. Basta marcar as linhas vermelhas.

Na verdade, “obedecer à primeira” significa que, cada vez que se disser alguma coisa à criança ela terá de o fazer no momento – tomar banho, apanhar os brinquedos, comer, pôr a mesa, fazer os trabalhos de casa, etc.. As crianças serão levadas a perceber que têm de fazer o que lhes é pedido, mesmo que não lhes apeteça. Por isso “também é importante saber dizer as coisas de forma a que elas escutem. Não se trata de ‘mandar e controlar’ ou ‘porque eu digo’, trata-se de as crianças compreenderem que há regras, critérios, horários, tarefas, obrigações e que também há direitos, aprendizagem e crescimento, e que os pais as ajudam a adquirir tudo isto progressivamente, com orientações claras que podem seguir dia após dia”, explica Maribel.

Ser guias fiáveis na vida dos filhos implica que se lhes diga como as coisas devem ser. Por exemplo, compreende-se que a criança queira sempre comer um lanche de chocolate. Contudo, para criar bons hábitos alimentares, em vez de os impor autoritariamente, pode-se perguntar “se hoje quer uma sandes de queijo ou de fiambre. A criança vai continuar a preferir o chocolate, claro, mas se sentir que a sua opinião é tida em conta, será mais capaz de aceitar hábitos saudáveis e limites.”


Outro dos grandes problemas tem que ver com a frustração. “Esta é uma das coisas mais difíceis que as crianças têm de aprender. Os pais têm de as ajudar. Se uma criança compreender que, quando há algo que não quer fazer, ela diz, faz objecções, chora ou argumenta as suas razões, é muito provável que acabe por não o fazer. A criança aprende rapidamente que esta é a forma de conseguir tudo.” Por tal, “a criança tem de aprender através de pequenas frustrações quotidianas.”

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