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Crianças que praticam exercícios têm mais autocontrole, diz estudo


Crianças que praticam atividades físicas têm mais probabilidade de ter um maior autocontrole, sugere um novo estudo. Isso pode, por sua vez, afetar o desempenho acadêmico, como explica um grupo de pesquisadores da Faculdade de Educação da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.



Os autores do estudo sugerem que dar a cada criança a oportunidade de participar de certos tipos de atividade física, como natação e esportes com bola, pode ajudar a diminuir a diferença de desempenho entre os ricos e os menos favorecidos. Para chegar aos resultados, eles analisaram dados de mais de 4 mil crianças na Inglaterra capturados em três estágios durante a infância e a adolescência, isto é, aos 7, 11 e 14 anos. O subconjunto de dados que informam sobre a atividade física dos alunos veio do Millennium Cohort Study, que acompanha a vida de cerca de 19 mil jovens nascidos entre 2000 e 2002.


A pesquisa observou que o padrão de atividade física influencia indiretamente o progresso na escola e aumenta o autocontrole, e foi particularmente notado entre as crianças desfavorecidas. Isso pode ser, em parte, porque as crianças menos favorecidas geralmente têm menos oportunidades de participar de recreação e esportes organizados e, portanto, experimentam maiores benefícios quando o fazem, de acordo com os autores. Fotini Vasilopoulos, que liderou o estudo era apenas um estudante de pesquisa na Faculdade de Educação de Cambridge, comentou que a pesquisa que examinou as ligações entre atividade física e desempenho produziu resultados mistos, mas há uma relação positiva indireta por causa do impacto em processos mentais como autocontrole.


"Isso pode ser particularmente importante para crianças de famílias que têm mais dificuldade para acessar clubes esportivos ou outras formas de atividade física fora da escola. A lacuna de aproveitamento é um problema realmente complexo, mas sabemos que parte dele está relacionado a crianças menos favorecidas com habilidades deficientes de autorregulação na primeira infância. Atividades físicas que os ajudam a fazer coisas como se concentrar em uma tarefa ou manter a atenção podem ser parte do caminho para preencher essa lacuna”, explicou. A co-autora, Michelle Ellefson, leitora de Ciências Cognitivas da Faculdade de Educação.


As atividades que influenciam o controle emocional, como jogos que envolvem cooperação, podem ser particularmente importantes durante a primeira infância, indica a pesquisa. Os autores sugerem que as escolas poderiam construir vínculos com clubes esportivos para criar programas direcionados para crianças que vivam desvantagens precoces. “Até mesmo dar às crianças oportunidades menos estruturadas para correr ao ar livre pode ser de real importância para o desenvolvimento”, disse Ellefson. “Nós realmente precisamos garantir que a atividade física não se torne uma area que as escolas sintam que podem sacrificar legitimamente para aumentar o desempenho acadêmico. Tem um papel crucial a desempenhar”, finalizou. A pesquisa foi publicada na revista PLoS One.

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