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É rinite, resfriado ou gripe?

Atualizado: 16 de jul. de 2020

As chamadas doenças de inverno se propagam nos dias frios trazendo muito desconforto para os nossos pequenos e preocupação para os seus pais. Com isso, precisamos muitas vezes recorrer a hospitais e emergências, não mandar as crianças para creche ou escolinha, e os pais acabam perdendo noites de sono e dias de trabalho. Sem falar no desgaste emocional por todo esse estresse ou no custo de todos os tratamentos que muitas vezes não trazem o alívio desejado.

Importante para lidar com esta situação é tentar entender melhor o que significa cada uma destas doenças (Rinite, resfriado e gripe) para aí sim buscarmos a melhor estratégia terapêutica. O problema é que os sintomas de coriza, espirros, congestão nasal, prurido nasal e ocular podem ser comuns a todas essas doenças confundindo os pais e muitas vezes os médicos também. Aqui vão algumas dicas para podermos diferenciá-los:

Rinite Alérgica: Como o próprio nome diz, é alérgico. É uma inflamação crônica das vias aéreas superior que manifesta sintomas de forma contínua, perene, ou de forma episódica, sazonal. Os sintomas pioram com a exposição aos alergenos, como pó, poeira, fumaça, produtos químicos, mofo, umidade, cheiros fortes, etc... Frequentemente está associado com uma história familiar positiva, especialmente pais e irmãos com este diagnóstico ou pode estar associado com outras alergias da criança como dermatite, alergia alimentar ou asma. Normalmente não dá febre, piora na primavera e inverno, mas pode persistir o ano todo. Chama mais atenção a congestão nasal, coceira de olhos e nariz e os espirros frequentes. Mas pode ainda causar tosse seca irritativa, principalmente noturna, pigarro ou ficar fungando o nariz.


Resfriado: São as Infecções da Via Aérea Superiores (IVAS) causadas por diferentes tipos de vírus, sendo o mais comum o Rinovírus. Pode ser precedida por pico febril e acompanhada de coriza nasal hialina, clara no início do quadro. Tosse incialmente seca e com episódios de tosse úmida. Eventualmente com roncos respiratórios pela secreção, porém sem causar desconforto respiratório importante. Após 2 a 4 dias a febre cede, a secreção diminui a quantidade, porém fica com aspecto mais espesso e amarelado, a criança fica mais ativas, e em geral os sintomas desparecem em torno de 1 semana. Nos pacientes atópicos, alérgicos ou chamados hipersecretores, os sintomas podem durar um pouco mais. Eventualmente no término do quadro as crianças podem apresentar exantema (pintinhas na pele), lesões orais, linfadenomegalias (ínguas aumentadas de tamanho), etc...


Gripe: A gripe é a infecção viral causada pelo vírus influenza. Este vírus pode ser do tipo A ou B, e apresentar diferentes sorotipos, sendo os mais conhecidos o vírus A HINI e o H3N2 que estão contemplados nas vacinas. O vírus tem um caráter sazonal, manifestando-se principalmente nos meses de outono inverno. Apresenta um quadro clínico mais intenso, com congestão nasal e ocular, cefaleia, prostração, irritabilidade, tosse e febre alta. Nas crianças maiores dor articular, mal-estar e também náusea ou vômitos. Pode cursar com infecção respiratória mais grave, com desconforto respiratório e necessidade de oxigênio, hospitalização ou UTI. Quanto menor a criança maior a chance de complicações. Porém, na imensa maioria dos casos, é de caráter autolimitado. Ou seja, dura cerca de 5,7 até 10 dias e melhora espontaneamente.


No entanto, quando nossos filhos começam com febre, coriza e tosse, ainda assim ficamos na dúvida se é algo mais leve e esperamos passar ou vai evoluir para algo mais grave e devemos tratar imediatamente. A dica aqui é tratar a febre com anti-térmicos, intercalar 1, 2 ou 3 fármacos diferentes se for necessário (paracetamol, ibuprofeno, dipirona, conforme receita médica) e compressas úmidas no pescoço e axilas ou um banho. Fazer higiene nasal com solução fisiológica frequentemente, conforme a congestão. Se a criança assoar o nariz, ótimo. Se não, tentar aspirar as vias aéreas após a aplicação do soro. Procurar mantê-la sempre bem hidratada. Pode tomar água, suco, soro reidratante ou qualquer forma de líquido que ela goste. Pode ser pequenos goles, mas bem frequente.


Se você perceber que entre os picos febris a criança está ativa, disposta, brincando, fique tranquila, controle a temperatura e observe os sintomas nos próximos 3-4 dias. Se a febre persistir por mais de 5 dias, houver piora do aspecto e quantidade da secreção, a criança ficar muito abatida, prostrada, mesmo sem febre, ou com dificuldade de tolerar líquidos e medicamentos aí você deve leva-la para consultar. Evite as emergências. Procure seu médico de confiança. Procure manter as consultas regulares, de revisão em dia, para na eventualidade poder contar com um médico de confiança, que já conhece seu filho, e que possa revisá-la se necessário. Nas emergências, esse cenário não existe e tendemos ao excesso de tratamento. Além disso, mais importante que tratar com remédios é ouvir alguém de confiança nos dizer o que fazer e nos trazer tranquilidade frente aquela situação.


Considerando o que discutimos, as estratégias terapêuticas para tratarmos essa diferentes situações são as seguintes: Na rinite alérgica o principal é o controle ambiental, evitar a exposição aos alergenos desencadeantes dos sintomas. Usar antialérgicos quando necessário ou mesmo de forma contínua. Evitar o uso de corticoides sistêmicos com prednisolona, prednisona, dexametasona, etc. O uso de corticoide nasal tópico, os sprays nasais são o tratamente mais efetivo nos casos de sintomas persistentes e obstrução nasal. A imunoterapia (vacinas) e o tratamento cirúrgico de outras complicações das vias aéreas superiores se reserva a uma minoria dos pacientes e deve ser avaliado com especialistas.


Os resfriados e a gripe têm como principal aspecto terapêutico a prevenção. Evitar contato com gente doente, lavar as mãos com frequência, usar álcool gel, evitar ambientes fechados e conglomerados, evitar trazer as mãos na boca e nos olhos, cobrir o a boca ao tossir com o cotovelo ou ombro. Evitar a escolinha ou creche durante este período ajuda na recuperação da criança, mas principalmente evita a disseminação da doença. Para a gripe contamos ainda com a possibilidade de vacinas, que devem ser realizadas na véspera das estações de maior risco, ou seja, de março a maio. Ainda para a gripe, podemos considerar o uso do Oseltamivir, o Tamiflu. Este medicamento é específico para o vírus da gripe e deve ser utilizado preferencialmente nas primeiras 24-48 hs do quadro para uma resposta mais efetiva. Nos resfriados as medidas de suporte mencionada acima (hidratação, higiene nasal, controle da temperatura) são fundamentais. Persistindo a dúvida, mantenha contato com seu pediatra ou procure um especialista.


Diego Brandenburg Pneumologista Pediátrico Presidente do Comitê de Pediatria da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do RS Coordenador do Laboratório de Função Pulmonar do Hospital da Criança Santo Antônio Sócio fundador do Instituto Educacional e Assistencial Asma Pneumologista Pediátrico do Hospital de Clinicas de Porto Alegre Consultório Mãe de Deus Center Rua Soledade, 569 - sala 1212

Telefone (51) 3378-9803


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